ASTARTE
Vamos contar um pouco de historia para entender melhor a mitologia cananéia. EL era o pai de todos os deuses e tinha uma esposa, Astarote. Dentre todos os filhos ele nomeia Yammu (deus do mar) para ficar em seu lugar. Baal, como queria o trono, fica furioso e derrota Yammu. Outros dois irmãos de Yammu, vendo essa situação, se voltam contra Baal; eram eles Naharu (deus dos rios) e Motu (a morte). Baal é derrotado por Motu e enviado para as profundezas.
É aí que entra a irmã e amante de Baal, Anat, que o traz de volta da morte. Baal volta, manda Motu pra as profundezas e aniquila o próprio pai, EL, tomando assim não só o seu trono, como também a sua esposa, Astarote. Assim, EL cai no esquecimento e Baal se torna o deus principal da mitologia cananéia.
Pois bem, toda essa história vem dos povos cananeus apenas para explicar porque o deus local deles (EL) foi substituído por Hadade, deus dos amorreus, que passou a ser chamado de Baal em Canaã . Por Canaã ser totalmente dependente da chuva para suas plantações, foi muito conveniente tomar para si o deus da chuva do povo amorreu. Sim, Baal era deus da chuva, do trovão e da fertilidade do solo. Nada mais conveniente para um povo que vivia da agricultura. Para os cananeus, a chuva era o sêmen de Baal caindo sobre a terra, tornando-a fértil, como um homem torna fértil uma mulher com o seu sêmen.
Para os cananeus, Baal era o senhor do tempo; ele fazia chover, trovejar ou fazer sol. Ele era adorado principalmente nos montes, ou lugares altos. Mas podia também ser adorado em qualquer lugar que tivesse um Astarote (um pedaço de tronco fincado na terra, igual a um tótem). Isso porque a esposa de Baal, Astarote, era simbolizada por qualquer tipo de pedaço de árvore ou planta. Convém lembrar que Jezabel, a terrível e esposa do também terrível rei Acabe, era adoradora de Astarote.
Com a idéia do sêmen de Baal caindo sobre a terra em forma de chuva, os cultos a Baal centravam-se na atividade sexual. A religião cananéia era um culto sexual ,requeria no culto o serviço de homens e mulheres prostitutos disponíveis como sacerdotes; a pessoa para adorar a Baal tinha que copular com um ou vários desses sacerdotes. A sua esposa não era simplesmente uma prostitua, era uma sacerdotisa de Baal .
Os cananeus e Baal deus supremo
E começaremos a falar sobre os cananeus. Até por volta de 2.200 a.C. eles eram um povo só, os filhos de Cã, filho de Noé, situados na região a beira mar e às margens do rio Jordão, praticamente onde hoje é Israel. Após essa data, houve uma migração do povo amorreu e hiteu para aquela região; misturando a cultura, religião e o modo de vida desses povos. Esse povo multi racial continuou a ser chamado de cananeu mesmo com toda a mistura.
Essa mistura étnica resultou na fusão de diversas religiões. Antes da migração do povo amorreu, segundo a mitologia cananéia, existia um deus supremo, EL (ou Dagon), que era o deus acima de todos os outros deuses. O povo amorreu trás consigo um novo deus, Hadade – deus do trovão, raio e fertilidade, que começa, segundo a mitologia, a se sobressair a EL. Isso é um sintoma típico da assimilação de religiões, no qual o deus local (EL cananeu) vai sendo substituído por um outro deus (Hadade amorreu).
O deus Hadade é o Baal . Esse é o quadro religioso que os filhos de Israel encontram no início da conquista de Canaã, por volta de 1.406 a.C. De um lado Canaã que é uma nação que relaciona os deuses e os cultos ao tempo e às plantações. E, do outro lado, o povo de Israel com Yahweh, se mescla com todo esse panteão de deuses cananeus, principalmente Baal, ou Hadade.
Para os cananeus, até a migração do povo amorreu e hiteu para as terras de Canaã, EL era o nome do deus supremo, sobre todos os outros deuses. Isso deve ao fato dos cananeus descenderem diretamente de Noé através de seu filho Cã. Provavelmente após a maldição de Cã , ele se apartou levando consigo a cultura de seus pais, que adoravam a EL como deus único e verdadeiro. A diferença é que os cananeus cultuavam diversos outros deuses para si.
Com a chegada dos amorreus, a mistura de raças e religiões trouxe diversos novos deuses. Dois deles citaremos em especial: Dagon e Hadade. Dagon era o deus principal dos amorreus, esposo de Astarote (aquela que anda sobre as águas), pais de Hadade (Baal). Os amorreus imaginavam Dagon na forma de um peixe, deus da fecundação humana e da criação.
Devido a mistura de religiões entre cananeus e amorreus o EL cananeu foi assimilado ao Dagon amorreu, se tornando um só deus. Ficou o nome cananeu (EL) e a história de Dagon. Assim, o EL cananeu já nada tinha a ver com o EL de Israel. O EL cananeu era o pai de Baal e de outros deuses. Os filisteus, que viriam a ocupar aquela região tempos mais tarde, preferiam usar o nome Dagon,
Essa assimilação de religiões e deuses era muito comum naquela época. O EL cananeu também é associado ao deus Cronus grego A história de Cronus e EL cananeu (Dagon) tem detalhes em comum: eram tiranos e foram derrotados pelo próprio filho que tomou sua posição de deus supremo. No caso de Cronus, foi derrotado por Zeus. No caso de EL cananeu (Dagon), foi derrotado por Baal. Notem quem tanto Zeus quanto Baal são deuses do trovão. Isso também é devido à assimilação de deuses.
Essa assimilação acontece porque os povos foram criados através da peregrinação. O mesmo povo foi se dispersando e levando consigo as mesmas histórias e crenças que, com o tempo, foram tomando suas próprias formas, mas nunca perdendo suas características em comum. Por isso, a palavra EL que primeiramente veio de Israel, depois foi se assimilando com outras culturas e tomando outros significados. Isso acontece também com a palavra Elohim (que significa deuses).
Dessa forma podemos entender um pouco mais sobre a relação entre o Deus de Israel, o deus cananeu, o deus amorreu e até mesmo entre deuses gregos.
Astaroth
Astaroth, é um principe do Inferno. Este demonio encontra-se referido na obra de Salomão, assim como no Dictionnaire Infernal.
Astaroth é um demónio da primeira e mais alta hierarquia, que influi sobre os pecados da preguiça e vaidade.
Este demónio possui também a capacidade de ensinar ciências matemáticas, assim como de revelar tesouros escondidos.
Astaroth pode também responder a todas as perguntas que se lhe colocarem, se formuladas de acordo com os devidos procedimentos ritualisticos.
Dizem certos autores de demonologia que Astaroth é um grão duque do Inferno, sendo Satanás o imperador; seus principais ajudantes são três demônios chamados Aamon, Pruslas e Barbatos. No Dicionário Infernal, Astaroth é representado como um homem desnudo com asas, mãos e pés de dragão e um segundo par de asas com plumas abaixo do principal, levando uma coroa, segurando uma serpente com uma mão e cavalgando sobre um lobo ou um cachorro.
De acordo com Sebastian Michaelis é um demônio de primeira hierarquia que seduz por meio da beleza, da vaidade, filosofías racionalistas de ver o mundo e seu adversário é São Bartolomeu, que pode proteger contra ele porque venceu as tentações de Astaroth. Inspira aosmatemáticos, artesãos, pintores e outros artistas liberais, pode dar invisibilidade aos homens, pode conduzir os homens a tesouros escondidos que tenham sido enterrados por feitiços de magos e contesta a qualquer pergunta feita em forma de letras e números em varias línguas.
De acordo com Francis Barret, Astaroth é o príncipe dos acusadores e inquiridores. Segundo alguns demonologistas do século XVI, os ataques deste demônio contra os humanos são mais fortes durante mês de agosto. Seu nome parece vir do da deusa Ashtart/Astarté, que na BíbliaVulgata Latina é traduzida como Astharthe (singular) e Astharoth (plural). Esta última forma se transformou na Biblia do Rei Jaime em Ashtaroth. Parece que a forma plural foi tomada do latim ou de alguma outra tradução por aqueles que não sabiam que era um plural nem que era o nome de uma deusa, o vendo só como o nome de outro deus a parte de Deus e, por tanto, um demônio...
Segue uma parte de um artigo elaborado na área de direito.
A (in)eficácia das normas penais relativas ao lenocínio.
Uma abordagem sociológica
3. CAUSAS DA PROSTITUIÇÃO PECULIARES ÀS SOCIEDADES PRIMITIVAS
Tornou-se proverbial afirmar que a prostituição é a mais antiga das "profissões". Todavia, vê-se que o contexto histórico subjacente à atividade é diversificado e muda conforme a época e sua cultura.
Nas sociedades primitivas, verifica-se que parcela das razões que levam à prostituição guardam relação com as práticas religiosas.
Na prostituição religiosa, presumivelmente, mulheres serviam às divindades, auferindo lucros para os templos pagãos. Essa era prática recorrente, por exemplo, entre os cananeus, em cuja religião participavam prostitutas e prostitutos.
A prática religiosa cananéia era cabalmente permeada pela idéia da sexualidade. Com efeito, tem-se aceito que a brutalidade e a lascívia da mitologia dos cananeus são muito mais profundas do que qualquer outra existente no Oriente próximo, àquela época. [05]
Fenômeno semelhante verifica-se na cidade de Corinto já do primeiro século da era cristã.
Corinto era uma das três cidades de destaque da antiga Grécia. Tão próspera comercialmente quanto farta em diversão, a velha cidade conquistou reputação proverbial de licenciosidade. [06] Sua efervescência irradiava-se através dos Jogos Ístmicos, ali praticados, e de sua reconhecida decadência moral. Nesse cenário abrigava-se o culto a Afrodite, onde serviam nada menos que mil ‘sacerdotisas’ do sexo religioso, a serviço dos viajantes. [07]
Em uma sociedade onde uma esposa podia ser comprada, nenhuma dificuldade haveria em utilizá-la para auferir renda, ofertando-a a outros homens com propósitos sexuais.
Acresça-se, ademais, que a práxis dos antigos era tomar mulheres como prisioneiras de guerras, que, escravizadas, ou seriam usadas como concubinas individuais ou destinadas aos bordéis.
Os romanos seguiam esse costume. As escravas eram sujeitas aos mais atrozes abusos sexuais e comerciais. Os lupanares romanos tornaram-se numerosíssimos e foram, inclusive, regulados por lei. O governo cobrava taxas dos bordéis, indicação de um empreendimento lucrativo
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