terça-feira, 24 de setembro de 2013

O CACHIMBO

Preparação de Cachimbos O cachimbo é o instrumentos mágico ritual por excelência do Catimbó. É tão importante quanto o caldeirão e o Athame na bruxaria, o Adjá no Candomblé e a tuia a Umbanda. A magia do catimbó vai pelo ar, na fumaça. O Catimbó é uma pratica “enfumaçada”. Tudo se resolve na fumaça e o Cachimbo e seu fuma, a marca, são os instrumentos que representam isso. O cachimbo é elaborado usando materia prima natural. É feito a partir de troncos ou galhos de arvores sendo principalmente da Jurema Preta, mas cada mestre pode pedir um cachimbo de sua arvore-raiz ou arvore-fundamento. O cachimbo é entalhado na madeira sendo na sua forma final tosco, mas, ao mesmo tempo bonito. Não cabe no Catimbó mestres usando os cachimbos comerciais como acontece ne Umbanda com os pretos-velhos. Cachimbo de mestre é feito e não comprado! A elaboração de um cachimbo não é uma atividades corriqueira sendo que é comum cachimbos que foram feitos por pessoas iniciantes ou sem o poder mágico adquirido para isso se racharem com os primeiros usos. Como todo instrumento sacro fazer um cachimbo requer concentração, reza, o uso de alguma ervas ou mesmo, dependendo o tipo de cachimbo enterrá-lo durante algum tempo junto a raiz de algum árvore, arbusto ou planta que tenha significado com o uso a que se destina ou o mestre que o utilizará. Cada discípulo do Catimbó poderá ter 2 cachimbos, que serão usados por todos os seus mestres, mas, eventualmente mestres diferentes poderão vir a ter cachimbos diferentes com um mesmo discípulos. Os dois cachimbos são um para o uso de fumaça às direitas e o outro às esquerdas. Ambos os Cachimbos para poderem adquirir sua finalidade ritual, se transformando assim em um objeto sacro do Catimbó deverão ser consagrados. Este é um ritual simples onde o Mestre principal da casa deve consagrar os cachimbos para o seu uso pelo discípulo no Catimbó, diferenciando assim este cachimbo de um outro comum. O cachimbo de esquerda por requerer um ritual mais elaborado do que o de direita, bem como um discípulo só poderá ter e usar um cachimbo de esquerda quando tiver maturidade e evolução do seu poder mágico para poder trabalhar com este nível. Um cachimbo de esquerda só é usado em ocasiões especiais e normalmente é feito com secções de galhos ou pequenos troncos de jurema preta, que conservam a casa original e os espinhos, se possível assim obtê-lo. Como dissemos os cachimbos são especializados. Assim para os trabalhos normal se usa o cachimbo da direita e para as mesas abertas às esquerdas ou quando se trabalha na esquerda, seja mandando ou se defendendo o cachimbo de esquerda é o usado. Existe ainda um cachimbo especial, chamado estrela, que possui 1 caldeira e 7 canudos. É um cachimbo de esquerda e muito forte. Somente discípulos antigos e evoluídos em sua força mágica podem tê-lo. Os cachimbos são individuais e contém o Axé de cada discípulo e mestre. Não se empresta cachimbo para outros. O Fumo do cachimbo pode ser o elemento de defumação do ambiente dispensando assim o uso de defumadores. a Ciencia da jurema mora de baixo do chão pertence ao poder da mente e só quem sabe dela é o grande rei salomão !!!!

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

CULTO BANTU

CULTO BANTU Os negros Bantú no Brasil - foram trazidos em grande número para o Rio de Janeiro, e em menor número para Recife, Espírito Santo e São Paulo. Ao contrário do que muitos pensam, os negros Bantú não desembarcaram na Bahia. Os negros que vieram da África para a Bahia eram de origem nigeriana. Na época da escravidão muitos negros, de diversas nações, fugiam e se juntavam em quilombos e senzalas, na Bahia. Por esse motivo deu-se a mistura de costumes e dialetos de diversas culturas africanas. Os navios Boa Viagem, Arsênia e muitos outros, vindos de Angola (Ngola) e Moçambique, traziam escravos Bantu dos portos de Molembo e Cambinda diretamente para o Rio de Janeiro, que era na época o maior porto do mundo em escambo (captura e venda de escravos). De meados de 1680 a 1830, entraram no porto do Rio de Janeiro 1576 navios negreiros. Pelas últimas pesquisas antropológicas concluiu-se que durante esse período vieram para o Rio de Janeiro aproximadamente 700.000 escravos Bantú. O negro escravizado, sofrido, não tinha como cultuar suas tradições, nem livros para perpetuar seus mistérios e filosofia, que aos poucos foram se perdendo. Tudo era passado de boca para ouvido, de pai para filho, e perdeu-se muita coisa. Toda essa dificuldade que o negro Bantú - como nenhum outro - passou, permitiu que muitas raízes fossem destruídas e ocasionou interpretações tortuosas do culto. E para dificultar mais ainda, os senhores de escravos forçavam a conversão ao catolicismo, sincretizando e deturpando grande parte da tradição.

ÀBÍKÚ (nascer-morrer)

ÀBÍKÚ (nascer-morrer) Só mesmo um grande mestre como Pierre Verger para nos tirar da ignorância sobre este tema, através da sua pesquisa e coragem, cujo legado será eterno. Se uma mulher, em país yorubá dá à luz uma série de crianças natimortas ou mortas em baixa idade, tradição reza que não se trata da vinda ao mundo de várias crianças diferentes, mas de diversas aparições do mesmo ser (para eles, maléfico) chamado àbíkú (nascer-morrer) que se julga vir ao mundo por um breve momento para voltar ao país dos mortos, órun (o céu), várias vezes. Ele passa assim seu tempo a ir e voltar do céu para o mundo sem jamais permanecer aqui por muito tempo, para grande desespero de seus pais, desejos de ter os filhos vivos. Essa crença se encontra entre os Akan, onde a mãe é chamada awomawu (ela bota os filhos no mundo para a morte). Os ibo chamam os abikú de ogbanje, os hauças de danwabi e os fanti, kossamah. Encontramos informações a respeito dos abikú em oito itans (histórias) de ifá, sistema de adivinhação dos yorubá, classificados nos 256 odu (sinais de ifá). Essas histórias mostram que os abikú formam sociedades no egbá órun (céu), presididas por iyàjansà (a mãe-se-bate-e-corre) para os meninos e olókó (chefe da reunião) para as meninas, mas é Aláwaiyé (Rei de Awaiyé) que as levou ao mundo pela 1ª vez na sua cidade de Awayié. Lá se encontra a floresta sagrada dos abikú, aonde os pais de abikú vão fazer oferendas para que eles fiquem no mundo. Quando eles vem do céu para a terra, os abikú passam os limites do céu diante do guardião da porta, oníbodé órun , seus companheiros vão com ele até o local onde eles se dizem até logo. Os que partem declaram o tempo que vão ficar no mundo e o que farão. Se prometem a seus companheiros que não ficarão ausentes, essas, crianças apesar de todo os esforços de seus pais, retornarão, para encontrar seus amigos no céu. Os abikú podem ficar no mundo por períodos mais ou menos longos. Um abikú menina chamada "A-morte-os-puniu" declara diante de oníbodé órun que nada do que os seus pais façam será capaz de retê-la no mundo, nem presentes nem dinheiro, nem roupas que lhes ofereçam, nem todas as cosias que eles gostariam de fazer por ela atrairiam os seus olhares nem lhe agradariam. Um abikú menino, chamado ilere, diz que recusará todo alimento e todas as coisas que lhe queiram dar no mundo. Ele aceitará tudo isto no céu. Quando Aláwaiyé levou duzentos e oitenta abikú ao mundo pela primeira vez, cada um deles tinha declarado, ao passar a barreira do céu, o tempo que iria ficar no mundo. Um deles se propunha a voltar ao céu assim que tivesse visto sua mãe; um outro, iria esperar até o dia em que seus pais decidissem que ele casasse; um outro, que retornaria ao céu, quando seus pais concebessem um novo filho, um ainda não esperaria mais do que o dia em que começasse a andar. Outros prometem à iyàjanjasà, que está chefiando a sua sociedade no céu, respectivamente, ficar no mundo sete dias, ou até o momento em que começasse a andar ou quando ele começasse a se arrastar pelo chão, ou quando começasse a ter dentes ou ficar em pé. Nossas histórias de ifá nos dizem que oferendas feitas com conhecimento de causa são capazes de reter no mundo esses abikú e de lhes fazer esquecer suas promessas de volta, rompendo assim o ciclo de suas idas e vindas constantes entre o céu e a terra, porque, uma vez que o tempo marcado para a volta já tenha passado, seus companheiros se arriscam a perder o poder sobre eles. É assim que nessas quatro histórias encontramos oferendas que comportam um tronco de bananeira acompanhado de diversas outras coisas. Um só dos casos narrados, o terceiro, explica a razão dessas oferendas: "Um caçador que estava à espreita, no cruzamento dos caminhos dos abikú, escutou quais eram as promessas feitas por três abikú quanto à época do seu retorno ao céu." "Um deles promete que deixará o mundo assim, que o fogo utilizado por sua mãe, para preparar sua papa de legumes, se apague por falta de combustível. O segundo esperará que o pano que sua mãe utilizar, para carregá-lo nas costas se rasgue. A terceira esperará, para morrer, o dia em que seus pais lhe digam que é tempo de ele se casar e ir morar com seu esposo." "O caçador vai visitar as três mães no momento em que elas estão dando à luz a seus filhos abikú e aconselha à primeira que não deixe se queimar inteiramente a lenha sob o pote que cozinha os legumes que ela prepara para seu filho; à segunda que não deixe se rasgar o pano que ela usar para carregar seu filho nas costas, que utilize um pano de qualidade diferente; ele recomenda, enfim à terceira, de não especificar, quando chegar a hora, qual será o dia em que sua filha deverá ir para a casa do seu marido." As três mães vão, então consultar a sorte, ifá, que lhes recomenda que façam respectivamente as oferendas de um tronco de bananeira, de uma cabra e de um galo, impedindo, por meio deste subterfúgio, que os três abikú possam manter seu compromisso. Porque, se a primeira instala um tronco de bananeira no fogo, destinado a cozinhar a papa do seu filho, antes que ele se apague, o tronco de bananeira, cheio de seiva e esponjoso, não pode queimar, e o abikú, vendo uma acha de lenha não consumido pelo fogo, diz que o momento da sua partida ainda não é chegado. A pele de cabra oferecida pela Segunda mãe serve para reforçar o pano que ela usa para levar seu filho nas costas; a criança abikú não vai achar nunca que esse pano se rasgou e não vai poder manter sua promessa. Não se sabe bem o porque do oferecimento de um galo, mas a história conta que quando chegou a hora de dizer à filha já uma moça, que ela deveria ir para casa do seu marido, os pais não lhe disseram nada e a enviaram bruscamente para a casa dele. Nossos três abikú não podem mais manter a promessa que fizeram, porque as circunstâncias que devem anunciar sua partida não se realizaram tais como eles tinham previsto na sua declaração diante de oníbodé órun. Estes três abikú não vão mais morrer. Eles seguiram um outro caminho.

Possessão Espiritual na visão congo bantu

A Possessão Espiritual na visão congo bantu . Para que seja possível a possessão é preciso que a matéria , isto é o corpo , receba a KUTENA ( axé cósmico) da divindade . Mas os Diala , ainda imperfeitos e ligados a matéria , não poderiam absorver diretamente o ngunzo ( força ) e o divunzo ( movimento ) do nkisi. A matéria ( energia de polo positivo ) seria completamente aniquilada pelo contato direto com a energia de polo negativo do nkisi .Esse conato só é possível através da mediação do KINGANA KILENGI , o aluvaia guardião do nkisi , já que apesar dele não esta ligado a matéria ( ele é o nkise de uma certa forma ) , participa da mesma essência de todos os outros aluvaiá e, portanto do aluvaia existencila do inciado. È , então necessário o acoplamento entre o KIANGANA KILENGI e o KIANGANA KILUNGI - entre o aluvaia ligado a espiritualidade e o aluvaia ligado a mteria – para que a divindade possa se manifestar . É o aluvaia do nkisi que carrega , assim , a sua energia e que determina a possessão . Por isso é possível a possessão de inúmeras pessoas ao mesmo tempo e por divindades da mesma energia . Aluvaia é o único que possui a prerrogativa da multiplicidade . Para que o acoplamento da divindade seja possível é , também , preciso que o kiangana kilungi se afaste da esfera da consciência . Ele desloca se para o sono . Dizem os congos que esse corpo afasta se dos outros na hora da possessão já que chegou a hora de residir com os BACULU ( ancestrais ) . Essa premeira fase da possessão é caracterizada por mal estar , tonteiras , enjoos , e até a perda da visão . A noção de centro de gravidade é alterada pela interferência no normal equilíbrio energético do KUMBO ( eixo da coluna vertebral ). Essa primeira etapa do transe é chamada de KOMBOLONGOLO.

CULTO AS DIVINDADES BACULU

O culto as divindades baculu . Dentro do culto kimbandeiro cultuamos divindades , chamadas baculu ou a anima dos ancestrais , nossa propria corrente espiritual ligada por linhagen de sangue nossos antepassados . Os exus e pombo giras também são de uma certa forma espíritos baculus devido a já terem tido vida terrena , assim cada ancestral tem uma certa linhagem espiritual o que indentifica sua forma de manifestação e elementos de seu culto , como assentamento cores bebidas etc. devemos ficar muito atentos a estes aspectos para que tenhamos sempre uma forma de culto segura e com respostas concretas , cada ancestral deve ser cultuado dentro de sua essência para que seja compreendido e se manifeste em sua extrema força . Na kimbanda malei temos esta diferença por isto uma forma de culto bem intenssa aos espíritos por cultuar eles dentro de sua essência sem folclore ou mistificação , Muita coisa se fala hoje em dia sobre kimbanda exus etc , o que se deve compreender é que a kimbanda apesar de ter se desenvolvido no brasil em vários aspectos , é um culto que provem dos feiticeiros congos onde os báculos também são cultuados culto ainda existente em cabinda republica do congo e Luanda . Cultamos espíritos que são mais próximos de nossa cultua brasileira porem devemos buscar sempre a essência do culto em si , para que se compreenda os mecanismos que se traz este ancestral a esfera terrestre , e como trabalhar de uma forma saudável suas energias . o Kimbandeiro ao ser iniciado assume uma forma de elo inseparável com seu ancestral o que o faz estar em contato com esta força cotidianamente , e é sempre interessante buscar compreender como esta este ancestral renovar suas energias pois o kilengi espiritual deve ser renovado de tempo em tempo com os rituais e oferendas específicos para que o ancestral possa estar sempre disposto e desperto para atender nossas nessecidades em todos os momentos...